JULIA MOLICO (Portugal)

MINHA LISBOA

Lisboa dos meus amores,
Dos meus silêncios, desejos,
Sons dados por realejos,
Dolentes guitarras, dores…

Mulher feita e formosa
Desabrochando no amor,
Floresce com muito ardor
E faz-se livro, vaidosa…

Azul do Tejo, pintado,
Reflecte a luz da cidade,
Soltando em nós a saudade,
Cores do seu sonho versado

Por entre as suas colinas
O vento sopra segredos,
Deixa nos seios enredos,
Feitiços de almas meninas…

Lisboa, que jovem era…
Agora que idade tem?...
Tem todas que Deus lhe dera,
Fazendo dela refém…


PORQUE NOS HAVEMOS DE ENCONTRAR

Porque nos havemos de encontrar
Onde o coração traz esparso vento,
Não vou chorar mais um lamento,
Sei que pra sempre vou te amar

Porque nos havemos de encontrar
Neste jogo da vida, sombra-luz,
Alento, estrela que em mim reluz,
Vai minh’alma pra sempre te ofertar

Porque nos havemos de encontrar
No pulsar dos caminhos do amor,
Quero deixar guardado o ardor,
Semente para sempre a germinar…


NAVEGO…


Navego por mar aberto
- sentinela do passado -,
desprendo as velas da vida,
deixo-me ir pelo vento
fugindo das profundezas
das inércias, das tormentas,
e, como espuma do mar,
desfaço minhas tristezas


PENSAMENTOS E VIDA

Num emaranhado de pensamentos,
A vida segue, livremente, o seu curso:

Os sonhos adormeceram no vento,
A alma vestiu-se de luto,
O amor, num rosário de horas tristes,
Lançou suas cinzas à flor do mar
E a Lua, a soluçar, enfeitou-se de sombras…


QUANDO A NOITE CAI…

Quando a noite cai
Enrosco-me nas dobras dos meus sonhos
E, aí, encontro-me, encontro-te.

A emoção volta ao olhar convertendo
A saudade em chama ardente.

Percorremos o caminho da Vida
De mãos dadas, em silêncio.

Para quê falar?...

Nossos pensamentos convergem,
Nossa alma é o ponto de encontro.

Que o sonho repouse em mim, no meu amar,
Deixando para bem tarde o desencontro…


PROCURA-ME…

Procura-me dentro do teu olhar,
No teu sorriso quando pensas em mim,
Na saudade que ficou no ar,
No vazio dos teus braços,
No entrelaçar dos teus dedos nos meus,
No teu e meu silêncio,
Na penumbra dos teus dias cinzentos,
No mar que s’estende aos teus pés,
No sentir do Sol a queimar o teu corpo,
No frio das tuas noites,
Na ausência do amor de verdade,
No vento que leva o meu perfume,
No anseio de um abraço,
Na magia da Lua a brilhar durante o dia,
No encontro, sem armas, da batalha do Amor

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